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Inquérito da Comissão Bancária da ICC confirma desequilíbrio na procura/oferta de trade finance

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A Comissão Bancária da Câmara de Comércio Internacional (ICC) lançou o seu relatório intitulado “Rethinking Trade and Finance”. Com base no Inquérito Global sobre Trade Finance – com 255 respostas de bancos de 98 países, bem como com observações e comentários de especialistas – o relatório abrange as tendências e perspetivas da indústria global de trade finance.

Já no 9º ano consecutivo - o Inquérito de 2017 marca uma mudança significativa tanto nos destaques como na apresentação. O objetivo é oferecer um contexto melhorado - sublinhando as implicações estratégicas e táticas para a indústria – e ser mais inovador. Para apoiar esta nova abordagem foi apresentado um novo Conselho Editorial que reúne especialistas e profissionais seniores e conta com contributos de vários parceiros nas áreas do comércio global.

O Relatório – no qual se destaca o apoio da ICC e da Comissão Bancária ao comércio multilateral inclusivo, baseado em regras – enquadra 4 secções principais, cujo conteúdo está relacionado com os pilares da estratégia da Comissão Bancária. Foca-se no estado do mercado de trade finance; no financiamento da cadeia de fornecimento e do comércio; em políticas, na defesa de interesses e na inclusão no comércio global; e na digitalização e estado do FinTech. As descobertas do Relatório de 2017 revelam que:

  • Cerca de 61% dos bancos relatam maior procura do que oferta de trade finance no mercado global. A Comissão Bancária da ICC e o Banco de Desenvolvimento Asiático revelam que o nível de procura de trade finance não correspondida equivale a mais de USD$1.6 biliões por ano – um valor oficialmente reconhecido pela Assembleia-Geral das Nações Unidas.
  • Apenas uma minoria (21%) vê o trade finance tradicional a crescer no futuro. Contudo, as receitas com o trade finance aumentaram, com o parceiro-modelo da ICC para o trade finance, The Boston Consulting Group, a prever o aumento de receitas para cerca de 4.7% por ano.
  • Mais de 68% dos participantes apontam o compliance e os requisitos de regulação como causando o maior impacto adverso no trade finance a curto prazo, enquanto apenas 11% apontaram as restrições de capital como tema de maior preocupação.
  • Cerca de 50% esperam que os processos de fluxos de comércio sejam digitalizados até 2027 – ao mesmo tempo, aproximadamente a mesma percentagem de participantes julga que a evolução vai demorar entre 10 e 25 anos. Ainda, cerca de 44% dos participantes identifica a digitalização e tecnologia como áreas prioritárias – incluindo a FinTech e as plataformas em claro crescimento.
  • Apesar de haver otimismo relativamente à digitalização do trade finance, apenas 12% dos participantes percecionam um grau de penetração de mercado e cerca de 40% preveem progresso limitado nesta área – com cerca de 18% a relatar que as capacidades técnicas e a tecnologia estão à frente da prática de negócio do trade finance.
  • O discurso sobre as FinTechs está a evoluir de concorrência para colaboração, com apenas 1.4% dos participantes a percecionar a oferta de FinTechs como uma ameaça à posição dos bancos enquanto fornecedores-chave do trade finance.
  • Mais de 1/3 dos participantes consideram o fornecimento de produtos de trade finance como uma prioridade e preveem um crescimento elevado, e mais de 21% consideram que está sob análise e consideração.
  • Mais de 57% relatam uma melhoria da gestão do risco operacional e reduzidas taxas de erro, enquanto apenas 2.7% denotam uma ligeira deterioração.
  • Cerca de 46% identifica as grandes empresas e multinacionais como o segmento cliente mais importante para os seus negócios de trade finance, com ¼ a favorecer os clientes intermédios e menos de 20% a identificar as Micro, Pequenas e Médias Empresas.
  • Aproximadamente 57% dos respondentes acreditam que o trade finance tradicional vai exibir pouco ou nenhum crescimento – enquanto 22% creem que vai diminuir ao longo dos anos. 
  • Os custos do controlo da pressão são considerados o maior desafio que o trade finance enfrenta. Estes são citados por 23% dos respondentes, seguidos de perto pela disponibilidade das competências dos especialistas (21%) e dos limites das tecnologias tradicionais (18%).
  • O relatório sublinha o papel central que os bancos correspondentes têm no comércio global e na atividade económica, com dados do IMF a indicar que o volume de relações de banco correspondente aumentou para cerca de 30% entre 2011 e 2015.

John Danilovich, Secretário-Geral da ICC, afirmou: “Os resultados do inquérito realçam a escassez crónica do trade finance para pequenas empresas – como recentemente reconhecido pelas Nações Unidas. Combater a escassez de trade finance deve ser uma prioridade central para que o G20 possa cumprir as suas promessas de apoio ao crescimento inclusivo e reforço da criação de emprego”.

Daniel Schamnd, Presidente da Comissão Bancária da ICC, acrescentou ainda:
Defender o comércio e assegurar o acesso a níveis adequados de financiamento é mais crítico agora do que alguma vez foi, desde o pico da crise financeira. O comércio gerou benefícios significativos em todo o mundo, e continua a ser uma das poucas atividades que pode gerar um impacto global positivo através de medidas políticas eficazes e de iniciativas do setor privado”.

Alexander Malaket, Presidente de Market Intelligence da Comissão Bancária da ICC, afirmou: “A defesa, pela ICC e pela Comissão Bancária, de um sistema de comércio multilateral baseado em regras e inclusivo é apoiada pelo relatório, que agora inclui intenção explícita de oferecer contexto editorial e progressista. Graças ao trabalho do nosso Conselho Editorial, a última edição do relatório comprova a forte tradição de qualidade analítica, colaboração global e defesa eficaz no apoio ao comércio internacional e ao financiamento do comércio”.

Faça download do “Rethinking Trade and Finance”.

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